A CATRACA DIZ:

"A educação Política é um rio que nasce e corre pela rua onde o eleitor mora, pela sua Cidade, pelo seu Estado e pelo seu País e por fim desagua nas URNAS. Aquele que não sabe nadar, nesse rio se afoga e só pode ser salvo pelo assistencialismo. Porém sua alma permanesce condenada ao inferno(CCF 09.08.08)"

QUEM SOU!

CATRACA-PG
COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DOS TRABALHOS NA CÂMARA MUNICIPAL DE PRAIA GRANDE-SP
Catraca, na Língua Portuguesa tem o sentido de apertar, cingir. Esta é a missão daqueles que a mim aderirem. Queremos Colocar no plenário da Câmara Municipal de Praia Grande-SP, O maior número possível de CATRAQUEIROS, dando aos nossos Vereadores e também ao nosso Prefeito, seja ele quem for, a visão de que eles não estão sozinhos, portanto precisam pensar muito antes de fazer algo que de fato não seja do real interesse da população de Praia Grande. "O que prende um homem ao outro; sem razão, é a escravidão. O que o liberta é o pensamento. Praia Grande precisa pensar! Cabeças inertes na praça, não geram idéias. Cabeças livres transformam"!

CÂMARA -s. f., Entre outras... Conjunto de vereadores e de deputados eleitos pelo povo; conjunto de pelouros que constituem a administração municipal; edifício onde se reúne a vereação ou a assembleia legislativa...

MEU MAIOR DESEJO:

Que o MUNÍCIPE de Praia Grande, crie o hábito de ir ao plenário da Câmara Municipal de Praia Grande-SP assistir aos trabalhos desenvolvidos pelos nossos Parlamentares(Vereadores).

CATRAQUEIROS ASSUMIDOS

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

SE VOLTAIRE VOLTASSE E AQUI VOTASSE


Um dos pensadores que mais me fascina, e que inclusive inspirou-me - como presidente da Casa do Poeta Brasileiro de Praia Grande-SP a criar como nosso principal evento cultural o Sarau dos Pensadores - em que todo mês homenageamos um grande pensador, é François-Marie Arouet ou como é conhecido, Voltaire.

O mais famoso filósofo da França e principal nome de um movimento que sacudiu a Europa e suas colônias no século XVIII, o Iluminismo.

Voitaire, numa época de reis devassos, religiosos absolutistas, intelectuais comprometidos e povo submisso, fez da literatura o chicote que açoitou a Realeza, a Igreja e demais segmentos da burguesia francesa. O que lhe rendeu inúmeros e dolorosos percalços.

O engajamento nas questões políticas o levou a transformar-se num educador social, missão que assumiu por toda a vida, e que o tornou alvo a ser atingido pela aristocracia e intelectualidade comprometida com a ditadura da época.

E é nesse aspecto, que trago para a sua reflexão, leitor, algumas máximas de Voltaire, que embora pensadas numa França de elevada corrupção, escândalos sexuais, fanatismo religioso, miséria social, no período de nascimento (1694) e morte de Voltaire (1772) e da Revolução Francesa (1789), servem para comparar com o momento no qual vivemos no Brasil de hoje.

Rei aqui não temos, mas o sistema, se bobearmos, se perpetua. Nossos políticos a cada dia se superam e mostram a verdadeira face. A linguagem de muitos formadores de opinião é desprovida do fator revolução e carregada do fator adesão e, na ponta final desse condão, está uma parte da nossa nação submissa ao assistencialismo oficial e religioso, como se não houvesse outra saída além dessa aparente benevolência.

Disse nos Voltaire: “Na França era preciso ser BIGORNA ou MARTELO. Eu fui BIGORNA”.

O Brasil precisa ter os agentes formadores de opinião no seu papel de Bigorna, tipo Carlos Lacerda. Hoje parece que todos estão felizes no papel de martelo. Sempre pregando o prego da servidão no peito do povo brasileiro, de acordo com as conveniências e interesses dos poderosos.

Poucos são os que, inteligentemente, ousam azucrinar o sistema com suas penas, tal como Voltaire o fez. Eu conheço dois que exercem com bravura a função de bigorna, mas é pouco, muito pouco e, por isso, os poderosos fazem a festa.

Ainda Voltaire: “A necessidade obrigatória de falar e o embaraço de nada ter para falar, são duas coisas capazes de tornar ridículo ainda mais o maior homem”.

No Brasil de hoje, a verdade é menos importante que a mentira. Aquele que mente ou se omite, diante da verdade dos fatos escorado em premissas, tipo “Eu não sabia”, “Eu fui traído”, “Ainda não fui julgado”, multiplicam-se, transformando os escândalos nos quais a grande maioria dos nossos governantes estão envolvidos em corriqueiras pizzas, que são digeridas a contra-gosto por uma parte da nossa sociedade, e de boa vontade pela outra parte.

Vejam essa: “O melhor governo é aquele em que há o menor numero de homens inúteis”

Como se mede um homem inútil?

Houve um tempo no qual se respondia prontamente: MEDICI de cima a baixo. Hoje, os que afirmavam isso estão no poder e se acham poucos, querem ser mais para deixar tudo dominado.

E essa: “A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano”

Quem um dia precisou de um atendimento médico num hospital público sabe muito bem o peso dessa sentença.

Voltaire tinha cada uma: “Os reis são para seus ministros como os cornudos para as suas esposas, nunca sabem o que se passa”.

Nesse aspecto, os cornudos evoluíram muito desde a queda da bastilha, pois hoje, eles sabem, assumem e curtem os seus chifres. Só os reis; os da França, de Guaranhus e Piaçabuçu é que permanecem como os últimos a saber o que se passa nos domínios deles.

Não podemos desprezar a lógica de Voltaire: “Tenho maior confiança no desempenho de um homem que espera ter uma grande recompensa do que no daquele que já a recebeu”

E continuaram recebendo, pois esses encastelados no poder, dele não querem abrir mão e se acham perpétuos. Renovação não é uma prática constante e o continuísmo torna-se uma praga.

E é mesmo: “Um déspota tem sempre alguns bons momentos. Uma assembléia de déspotas nunca os tem”.

O que fazer?

“Pra que discutir com homens que não se rendem às verdades mais evidentes? Esses não são homens, são pedras!”.

E eu pergunto: Pedras pensam?

Vou terminar este reflexivo texto com três sentenças do magnífico filósofo Voltaire:

“Os homens erram, mas só os grandes homens confessam que erraram”.“Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo”.“Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo”.

A inexistência de Deus nos daria uma responsabilidade que não saberíamos usar, o que nos levaria mais rapidamente à destruição.

Deus, de tão bom, está ao lado de todos, do vencedor e do vencido.

Se Voltaire voltasse e aqui votasse, antes de cumprida a sua obrigação eleitoral, repetiria sem medo de errar:

“Só há uma maneira de lutar contra o poder, é sobreviver-lhe!”.

Portanto, leitor, fique esperto. E no momento em que se encontrar de pé diante da urna, lembre-se de Voltaire:

“Esse monstro enorme e que se chama povo, e que tem tantos ouvidos e tantas línguas, mas ao qual faltam olhos”.

Abra os seus e vote, vote para sobreviver!
Texto de CCF, publicado nos sites:
portalpoeticoccf.blogspot.com
www.revista.sinceridade.com
www.paralerepensar.com.br
recantodasletras.uol.com.br/autores/ccf

Um comentário:

Suely Ribella disse...

Muito bom, Celso! Parabéns! Reflexiva e sempre oportuna, sua crônica!