Descaminhos de uma cidade Grande(Crônica)
O 95 chegou, parou, e os seus passageiros começaram a
descer e lá de dentro, ainda ao volante o motorista fez um sinal para que
esperássemos um pouco.
Assim que desceu o ultimo passageiro embarcado ele fechou a
porta traseira do coletivo, e se movimentou.
Pensei, agora vai dar ré para estacionar mais perto da guia.
Não, não foi isto que ele fez.
Andou com o coletivo mais alguns metros à frente e o parou.
Assim que parou, de novo abriu as portas para a entrada dos passageiros que tal
como eu aguardavam na plataforma.
Fomos saindo da parte coberta do terminal em direção a porta
traseira do coletivo, ficando expostos a um sol inclemente, propagador de um calor infernal.
Da sombra para o sol... |
Do Sol para a sombra, bastava dar ré... |
No momento no qual ele descia, e eu subia os degraus do ônibus lhe
perguntei:
- Não dava para parar lá na sombra da plataforma?
Ele, o motorista responde secamente:
- O ponto é aqui.
- Aqui?
- Sim, mas se o senhor não quiser ir neste, pode pegar o 94
lá na sombra.
Mas não havia nenhum 94 ali, e na sombra!
Como aquele era o ônibus que eu precisava pegar, entrei e
uma passageira que observava a situação falou:
- O ponto é sempre aqui mesmo, faça chuva ou faça sol...
Eu vendo que ela estava aberta a falar sobre o fato,
poderei:
- Mas tem a placa do
94, e logo na sequência a do 95 e uma sem marcação. Portanto ele teria que
parar lá dentro, e não aqui fora.
Ela foi direta.
- Mas quem faz as regras são eles, e param aqui, a gente é
que se lasque!
O motorista assumiu a sua função, ligou o ônibus e saiu do
terminal rumo ao Canto do Forte.
Enquanto ele avançava, eu pensava: problema de
espaço para o estacionamento dos coletivos? Não conseguia ver isto. Tanto que
as placas de sinalização dos ônibus 94, 95 e 96 demarcavam perfeitamente os espaços de cada ônibus, e estavam normalmente dentro dos limites do
terminal, e é claro da sombra.
Fata de bom senso do motorista, preso a uma regra estabelecida
por algum serviçal burocrata que não deve fazer uso do nosso transporte
coletivo?
É possível! A falta de sensibilidade naquele momento do
motorista era patente. Podia parar na sombra, mas parou no sol, pois ali era para ele o correto.
"Todo Serviço público é um conjunto de atividades e serviços ligados
à administração municipal através
de seus agentes e representantes, sempre visando promover o bem-estar à
disposição da população."
Ao deixar os passageiros da linha de ônibus 95 e ou 96,
dentro de um próprio municipal, expostos ao Sol e a chuva, não configura
promoção de bem estar nenhum, configura sim, uma grosseira falta de respeito ao usuário do transporte coletivo de Praia Grande-SP.
E alguma providência precisa ser tomada pelos gestores
responsáveis, urgentemente! Celso Corrêa de Freitas
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